Hoje eu não dormi
Vi teu rosto iluminar
Pelo sol nascente
Que começava a esquentar
Percebi que eu iria
Poder me apaixonar
Por ti todos os dias
Eu vi teus braços me cercar
Num abraço me apertar
Fechei os olhos pra sonhar
Sorrindo com a ironia
De que o sonho que queria
Acabara de vivê-lo
Sem precisar sonhar
Nathan de Souza Pontual
Como explicar
Explicar o que é o amor
Eu poderia dizer
Que é uma multiplicação
De inúmeras paixões
Todas as emoções
Juntas num sentimento só
Essa é uma explicação tola
Fraca
Pequenas...
Insuficiente
Porque o amor
Jamais seria tão falho
Tão limitado...
Tão imperfeito.
Nathan de Souza Pontual
Estou sozinho
Não corra
Esse pesadelo vai passar
Não chore mais por isso
Nem vale mais a pena
Pare! O céu não está tão escuro
Sonhos aéreos sem vida
Acorde desse sonho sem vida
Não enxergo um palmo a minha frente
Névoa cinza, densa
Daria tudo
Pra ver o sol de novo
Poder sonhar
Poder ao menos dormir...
Eu já não acredito
Não tem nada pra acreditar
Eu não acredito em você
Domingo frio
Quarto frio
Coração frio
Sentado e encolhido
De cabeça baixa
Costurando o coração
Queimando os sonhos...
Um grande portal
Que nos separa
Como o outro lado do espelho
Estou irritado
Fervendo
O soco
Estilhaços no chão
Zumbido contínuo
Algo me deixando
Esvaziando
Adormecendo?
Morrendo?
Só resta
Pra o corpo frio
Pro coração vazio
O recomeço
Nathan de Souza Pontual
Eu gostaria de entender o amor
Eu tento entendê-lo
Mas são tentativas vans
Pois quanto mais eu tento
Mais eu me magôo
E ela me diz
“Sim, você precisa de alguém que cuide de você”
E meu coração sangra
Porque eu não tenho mais ninguém
Quando se pensa que tem tudo
E “tudo” é aquilo que vai embora
E aquilo que eu poderia ser
É o nada que sou agora
O que resta
São os pés na areia
Deixando que as lágrimas
Misturem-se com a água do mar...
Nathan de Souza Pontual